Vida!
Quando eu nasci
Nasci chorando!
Pois não tive tempo,
De me preparar direito.
E ver o mundo daquele jeito,
Todo de cabeça pra baixo,
Foi assustador, apavorante.
Para um primeiro contato.
Depois, fui crescendo.
Ninguém me disse como era,
Apenas fui percebendo,
Pelo que por mim passava.
Que os adultos eram estranhos,
Não conversavam direito,
Gritavam, falavam, choravam,
Cada um no seu canto.
Não tive tempo de preparar-me,
E já era adolescente!
Quando os hormônios afloraram
Eu ainda inocente,
Planejei um mundo de sonhos,
Com cavaleiros fantásticos,
Que raptavam a princesa.
E quando casei veio abaixo
Todo o castelo de areia!
Segui vivendo...
Que jeito!
Então, fechei-me por dentro.
Tornei-me uma fortaleza.
Planejei passo a passo
Cada ano de minha vida.
Tudo ia indo de acordo,
Quando então,
Num segundo,
Veio abaixo o meu mundo!
Se foi assim como um nada!
E os amigos que eu contava,
Sumiram sem deixar rastro.
No começo lamentei.
Depois, percebi que lucrava
Pois os amigos que imaginei
De gente egoísta não passavam
Andei um tempo perdida,
Querendo dar cabo da vida.
Numa tristeza profunda.
E no meio disso tudo,
Algumas mãos se estenderam
Amparando-me a queda,
Mãos que eu não conhecia,
E algumas que eu já sabia,
Mas em minha dor,
Não as via,
E sequer valorizava!
Morri, e renasci...
Mas, desta vez,
Não vim chorando!
Olhei o mundo de frente!
Com amigos diferentes.
E deixando que o destino,
Se construa passo a passo
Se planejo, planejo pouco!
E nada assim muito rígido!
Pois a vida!
Ah! A vida é imprevisível!
E é preciso ser flexível,
Pra escolher a melhor estrada.
Planos... Pra que planos...
Isso serve para aqueles
Que não sabem ser felizes.
Um roteiro, sim, é preciso!
Mas, no teatro se sabe.
Que qualquer roteiro
Se abre, de repente, ao improviso!
Hoje, eu sigo o meu instinto!
Não vivo pra sociedade!
E se juntar meus amigos...
Vão achar que é um hospício!
Mas... eu não ligo!
Pois sei,
Que eles são de verdade,
E sempre estarão comigo.
Caso seja preciso,
Inferno... ou paraíso!
Na loucura ou na sanidade!
Por que a vida,
A vida é isso!
Um vai e vêm de loucuras!
Um abraço para ser dado,
Um sentimento que nasce,
Um grande encontro de gentes,
Que podem ser, de repente!
O nosso maior sentido!